same old fears

   Você quer o mundo. Todas as pessoas que quer conhecer, todas as possibilidades que quer explorar. Você não está apenas aqui, mas em toda parte. Seus sonhos e seus desejos. Onde você quer estar. Onde gostaria de estar e ainda não está, mas sim, certamente estará. Todos nós eventualmente chegaremos onde fomos destinados a chegar, de um modo ou de outro. Você não é uma exceção.

   Essas características lhe tornam ainda mais especial. A vontade de sempre ir além e de conhecer o mundo, pois nada nunca é o suficiente. Pessoas assim não vivem com pouco, ou repousam em algum lugar. Pessoas assim nunca ficam em um lugar só.

   E ao mesmo tempo que isso é mágico, também me dá medo. Medo porque eu não posso estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Porque eu não posso obrigá-la a ficar. Porque, algum dia, você terá um leque de possibilidades enorme a sua frente, e eu não serei a melhor delas. Algum dia você terá todos os amigos que quer ter, conhecerá todos que quer conhecer, então você pensará que a nossa balança já não pesará tanto para o lado bom.

   Um dia sinto que você irá voar muito longe, tão longe que escapará da minha visão. E é disso que sinto medo. Coisas que já vi e coisas que você ainda não viveu. Coisas que podem lhe impressionar muito. Coisas que podem lhe levar para longe. E você não me levará consigo. É nisso que penso quando não consigo dormir. É nisso que estou pensando agora enquanto você está longe, ocupada com coisas que realmente valem a pena. Com coisas que fazem seus olhos brilharem e lhe fazem sentir viva.

   Sinto que medos que pensei já estarem superados estão voltando a tona nessas últimas semanas. Como se todo o progresso tivesse desmoronado com a força de uma espécie de tsunami. Estou sentada na frente da mesma tela de computador que sentei há pouco mais de dois meses para falar das mesmas coisas. Dois passos para frente, um para trás, e assim sucessivamente.

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